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festa para jay chiat

Meu pai Erico (1920-2004) era um ser engraçado… Ele e minha mãe Martha odiavam a ostentação da vida social, as festas, as roupas e as jóias vistosas, e jamais comentavam eventos sociais e/ou colunas sociais, eles eram bem low-profile, circulavam em um meio de arquitetos, músicos, intelectuais.

No entanto, foi nos seus arquivos que encontrei um recorte de jornal, devidamente anotado com sua letra em caneta-tinteiro, sobre uma festa que dei em 1990… Coluna da Joyce Pascovitch na Folha de S. Paulo. Ilustrada, 3/IV/90

A festa surgiu a partir de um telefonema que recebi do meu amigo Jay Chiat (1931-2002) em 1989, de New York onde ele morava, avisando que viria a São Paulo em 1990, eu disse a ele:
– Sure Jay! We’ll make a party for you!
E aí veio a tragédia do Plano Collor… E aí o Jay confirmou a viagem!

E aí no meio da bagunça gerada pelo Plano eu me vi na obrigação de honrar o meu compromisso, já que era impossível não prestigiar um amigo que me havia aberto todas as portas, quando morei em New York em 1984/85.

Me virei para encontrar os endereços/telefones dos mais prestigiados publicitários de São Paulo, alguns dos quais eu conhecia pessoalmente, fiz os convites citando claramente que era uma festa em homenagem ao Jay, e me desdobrei para arrumar o dinheiro necessário.

Quando o Jay chegou na cidade fui visitá-lo no Maksoud Plaza, subi no seu quarto, batemos um papo, contei a ele sobre os preparativos da festa, ele sabia mais ou menos sobre o Plano Collor, me perguntou se eu precisava algo, eu respondi que não. Comentou que tinha achado o quarto do hotel pequeno…

Jade, minha mulher na época e eu convidamos também amigos pessoais e fizemos uma belíssima festa na nossa casa na R. Ribeirão Claro, em abril 1990, provavelmente a primeira festa pós Plano Collor…

Para minha surpresa fui solenemente esnobado pela maioria dos tais prestigiados publicitários paulistanos, que simplesmente não apareceram, eita turminha mal-educada! Vivendo e aprendendo…

A transcrição do texto das fotos:

Centro do jantar de sexta, o publicitário Jay Chiat dá um nó nas cadeiras, tendo a fotógrafa Donatella Brun de partner.

Pé-de-valsa pra ninguém botar defeito, o anfitrião Fernando Stickel destila seu swing com a prafrentex Leilah Assunção.

Em plena recessão de festas e afins, Fernando Stickel resolveu – em um ato de bondade – abrir a temporada.
Com um movimentado jantar sexta, em sua casa-estúdio, ele comemorou a presença do publicitário norte-americano na cidade.

Sócio da agência Chiat/Day/Mojo, o homenageado só pensa em exorcizar o clima dark que assola o mercado publicitário brasileiro.

As fotos eram do meu amigo Claudio Freitas.

é isso, por fernando stickel [ 9:48 ]

sonhei com jay chiat

51_Jay-Chiat
Sonhei que reencontrei meu falecido amigo Jay Chiat (1931-2002) de uma maneira totalmente descontraida, afetuosa, alegre, andávamos por alguma cidade e conversávamos, eu me sentia igual a ele. Quando nos conhecemos em 1983 eu tinha 35 aos e ele 52, era uma diferença grande, mas no sonho tínhamos a mesma idade, é como se eu tivesse envelhecido um pouco e ele remoçado um pouco, tínhamos os mesmos corpos, a mesma alegria de viver, trocávamos experiências de vida com muito gosto, nos abraçamos e demos fortes tapas nas costas um do outro, foi um sonho ótimo!

é isso, por fernando stickel [ 0:32 ]

10 anos sem jay chiat


Fui morar em New York em Setembro de 1984, e lá fiquei até Dezembro de 1985.
Logo que cheguei procurei o meu amigo Jay Chiat,(1931-2002) publicitário, que havia conhecido em Junho de 1983, e fomos almoçar, se bem me lembro na 5ª Avenida, bem lá embaixo perto da Washington Square.

Na saída do almoço, andando pela calçada perguntei onde poderia comprar um paletó, um “blazer”. Ele simplesmete entrou em uma loja grande, cujo nome não me lembro, e foi pedindo o blazer, disse para eu experimentar, fui ao provador, tudo perfeito, na hora de pagar tirei o meu cartão de crédito e o Jay não me deixou pagar, foi um presente!

Tudo simples, sem muita conversa, rápido e objetivo. Eu estava apenas começando a conhecer melhor um cara do qual tenho muita saudade hoje, um verdadeiro amigo, um ser muito especial, infelizmente falecido há dez anos, em Abril de 2002.

é isso, por fernando stickel [ 9:04 ]

sonhei com jay chiat


Sonhei esta noite que o meu falecido amigo Jay Chiat (1931-2002) me ligou, e me perguntou em sua característica maneira simples, direta e informal:
-Hi Fernando, what’s up?
Seguiu-se uma conversa onde contei a ele sobre as novidades da Fundação Stickel, porém no meio da conversa sua voz começou a ficar estranha e não entendi direito o que ele falava. Deve ser porque ele não está mais entre nós desde 23/4/2002. Saudades dele…

jay-chiat
Jay em seu apartamento em Venice, CA Novembro 1985

jay-chiat2
A primeira vez na minha vida que vi o Oceano Pacífico foi do apartamento do Jay em Venice, CA depois fui óbviamente à praia e mergulhei nas águas geladas…

é isso, por fernando stickel [ 9:59 ]

keith bright & jay chiat


Voltei à Villa Dorane em 22 Maio 2011, 26 anos após minha última visita em 1985, só que desta vez não passei do portão…


Keith Bright, eu e meu querido amigo, falecido em 2002, Jay Chiat. A foto é de 1985, na villa Dorane em Cap d’Antibes, França.
Neste ano eu morava em New York e o Jay me convidou (juntamente com vários outros amigos) para ir para o festival de filmes publicitários em Cannes, e para a festa de aniversário de 50 anos do Keith.

dorane.jpg

Fui o primeiro a chegar à Villa Dorane na sexta-feira, 21 Junho 1985. Quase caí de costas com a beleza do lugar, às margens do Mediterrâneo, fiquei andando pela casa e pelos jardins, logo em seguida chegou o Jay e o proprietário da casa, o herdeiro do fundador da Simca Jean Pigozzi.

runyan.jpg

Outro amigo que estava lá era o talentosíssimo designer gráfico Bob Runyan, uma figuraça, verdadeiro “dandy”, que também subiu em 2001

é isso, por fernando stickel [ 19:00 ]

sonhei com jay chiat

Esta noite, após a deliciosa festa de comemoração dos 60 anos do meu amigo Silvio Michalany, sonhei com a maior clareza com o meu falecido amigo Jay Chiat.
A conversa com ele fluia naturalmente, perguntei o que ele estava fazendo no Brasil, me respondeu que era para ver uma namorada nova, jovem…
Depois no carro passamos por algo que poderia ser a Praça da Sé, e havia uma imensa construção circular de madeira, em comemoração a alguma efeméride católica, poderia ser a Semana Santa.

é isso, por fernando stickel [ 11:54 ]

jay chiat – nyc


No apartamento do meu falecido amigo Jay Chiat em New York, Junho 1983.
Foi a primeira vez que vi fora de um museu quadros grandes e importantes, como este coração do Jim Dine. As fotos são da Paula Dip, que achou no baú e me enviou, obrigado!

é isso, por fernando stickel [ 17:48 ]

jay chiat


Arrumando fotos antigas.
Meu amigo Jay Chiat em seu apartamento em Venice, California 1985.
Passei alguns dias com ele, foi um excelente anfitrião.
Um belo dia ele falou assim:
-Fernando I’m not going to use the car tomorrow, you wanna use it?
É claro que aceitei na hora, e no dia seguinte rodei cerca de 400 milhas por Los Angeles, em nada menos que um Porsche 944 preto.
Grande Jay!

é isso, por fernando stickel [ 18:31 ]

les douvres


Méaulle, Fortuné Louis (Angers, 11–04–1844 – en 1901), graveur

Em 1990 expus uma série de trabalhos na Galeria Paulo Figueiredo em São Paulo, uma das telas intitulei “Les Douvres”, cuja inspiração, não me lembro bem por que, me veio de uma formação rochosa na Normandia.
Após a exposição, dei a tela de presente para meu amigo Jay Chiat (1931-2002) Acrílica s/ tela, 125 x 185cm.


Lembrei desta história na visita que fiz ontem ao atelier dos meus queridos amigos Feres Khoury e Luise Weiss, e lá vi esta tela recente do Feres.

é isso, por fernando stickel [ 7:51 ]

amigos em new york


Quando morei em New York em 1984-1985, fiz amizade com muitas pessoas, algumas já conhecidas do Brasil e muitas outras cujas amizades floresceram por lá e nas viagens que fiz.
Minha vida foi interessantíssima neste período, em grande parte por conta destas amizades, obrigado a todos(as):

Helena Hungria
Bia Cunha
Eliane Gamal
Beatriz Schiller
Claudio Elisabetsky
Susan Goodman
Santuza Andrade
Lorie Peters
Riaya Abou Ela
Debbie Seaman
Julie Mullin
Amy Mullin
Anna Carolina Destefano
Francine Ramu
David Herman
Helena Bricio
Lisa Colella
Martin Penrose
Viola Penrose
Vera Valle
Barbara Lippert
Tina Alcantara Machado
Rhonda Friedman
Monica Kowarick
Cristiana George
Lucia Guimarães
Maria Ignez Whitaker

Alguns já não estão mais entre nós…

Elisa Niccolini, falecida em 2018
Jay Chiat (1931-2002)
Keith Bright (1932-2018)
Robert Miles (Bob) Runyan (1925-2001)
Bob Dion
Vera Baldacci (1958-2016)
Ben Patterson (1934-2016)

Infelizmente esqueci o nome de muitas outras pessoas. Sobrou apenas a memória visual, obrigado também!


Os amigos brasileiros em New York no apartamento da Santuza, se bem me lembro na East 57 Street.
Elisa Niccolini, falecida precocemente em 2019 foi minha “banqueira”no First Womens Bank, eu, Santuza Andrade e Wesley Duke Lee (1931-2010), sentada no chão Tina Alcantara Machado.

é isso, por fernando stickel [ 18:10 ]

sophie calle in nyc


Foto Jade Gadotti

Conheci a artista francesa Sophie Calle em New York em 1991.
Eu e minha ex-mulher Jade Gadotti ganhamos de presente de casamento do meu falecido amigo Jay Chiat (1931-2002) a estadia em um fabuloso apartamento Na East 19 Street, que ele colocou à nossa disposição. Já instalados no apartamento há alguns dias o Jay ligou e perguntou se nós poderíamos dividir o Ap. com uma amiga dele, que era a Sophie.
No problem eu disse, ela chegou e se instalou, muito discreta e estranha. Pouco a pouco entramos em contato mais íntimo, e assim se passaram umas duas semanas de convivência, pudemos conhecer melhor seu fascinante trabalho. O aspecto mais curioso de sua pessoa eram seus perfumes (excessivamente exóticos…) suas jóias, feitas de cabelos de pessoas mortas, eram tramas, bordados, fechados em pequenos ostensórios de vidro, que ela usava como broches ou anéis.
Outro aspecto interessante foi o meu primeiro contato com a informática, pois a Sophie usava uma agenda eletrônica Palm, que eu não conhecia, ela me explicou o funcionamento, me encantei e saí imediatamente para comprar na Third Av., foi o início da minha vida digital.


Minha anotação da época.


No dia 15 Março houve a vernissage do trabalho “La Fille du Docteur”na Thea Westreich – 114 Greene Street


Carriage House
No dia 16 Março 1991 houveram duas vernissages do trabalho dela na Pat Hearn Gallery – 39 Wooster St. e na Luhring Augustine – 130 Prince St., e após um jantar na lindíssima “Carriage House” do Jay na 149 East 38 Street onde conheci também o famoso marchand Leo Castelli (1907-1999), já com 84 anos de idade.


8 East 12 St. New York

é isso, por fernando stickel [ 9:22 ]

restaurant tetou

tetou1

tetou
Estive no Restaurant TETOU a convite do meu falecido amigo Jay Chiat em 1985. O restaurante, consta, serve a melhor bouillabaisse do planeta. Fica na beira da praia na Côte d’Azur exatamente no Nº 8 Boulevard des Frères Roustan, 06220 Golfe Juan.
Éramos, 30 anos atrás, um alegre grupo de 10 ou 12 pessoas, final da tarde de verão. Me lembro bem do clima praiano e da deliciosa bouillabaisse.

Voltamos agora em dois casais. Do lado de fora continua idêntico, por dentro a impressão é a melhor possível, iluminado, todo branco, parece que você entrou em um navio, caprichado, polido, charmoso. Serviço e comida excelentes!

O restaurante começou como um barracão de pescador e está nas mãos da mesma família há 127 anos, hoje a quarta e a quinta geração da família tocam o negócio.

No meio do nosso jantar um tumulto na entrada do restaurante, um grupo grande de americanos capitaneado por… Sylvester Stallone. Logo depois um show de fogos de artifício comemorando o 14 Juillet.

é isso, por fernando stickel [ 16:30 ]

a saga de miriam leitão

Fui entrevistado para o livro da Miriam Leitão “Saga Brasileira – A longa luta de um povo por sua moeda” da Editora Record, contei as minhas experiências com o Plano Collor.

O livro foi lançado no ano passado, não pude comparecer, mas minha secretária Miriam foi à noite de autógrafos e recebeu em meu nome a simpática dedicatória.


Por alguma razão o livro foi envolvido naquela época nas coisas da Fundação Stickel e não cheguei a vê-lo, só fui redescobri-lo agora, na mudança do escritório.
Já folheei, descobri o trecho da minha entrevista, gostei do livro e vou com certeza ler!
O “publicitário americano” mencionado é o meu falecido amigo Jay Chiat.

é isso, por fernando stickel [ 19:12 ]

steve jobs

apple
Eu não o conheci pessoalmente, mas de alguma forma a vida de Steve Jobs e suas geniais criações esteve entralaçada com a minha, principalmente por duas vertentes:

1. O computador pessoal
Quando morei em New York, no período 1984-85, necessitei escrever meu currículo, e acabei por descolar um freelancer que escrevia em um PC primitivo com sistema DOS, tela preta e letras verdes; eu sentava ao lado dele em um apartamento da Sétima Avenida e ia corrigindo o que ele digitava, ao final da sessão imprimia-se o resultado em uma impressora matricial.
Fiz desta maneira várias versões, e na volta ao Brasil necessitei continuar o trabalho.
Por uma fantástica coincidência, conheci em Campos do Jordão o Bruno Mortara, amigo da minha ex-mulher Jade, e vi em cima da mesa na casa dele uma revista com o título “Desktop Publishing”, perguntei o que era aquilo, ele me explicou que com o computador Macintosh era possível criar uma publicação no estúdio, em cima de sua mesa de trabalho.
Achei o máximo, e comecei a trabalhar com o Bruno e seu computador Apple, fizemos inúmeros trabalhos desta maneira, anos mais tarde em 1997, orientado pelo Bruno, comprei meu primeiro Macintosh, me tornando um fiel usuário desde então. Entre 1997 e 99 produzi integralmente o meu livro “aqui tem coisa” em um Power Mac G3. Desnecessário dizer que o meu celular é um iPhone 4.

2. Jay Chiat
Conheci o Jay, fabulosa figura humana em 1983 em New York, e tive o privilégio de me tornar seu amigo. Em 1984 sua agência de publicidade, Chiat/Day, foi responsável por uma das mais famosas campanhas jamais feitas, o lançamento em rede nacional no Superbowl do filme “1984” que apresentou ao mundo o Macintosh da Apple.
Neste mesmo ano cheguei a New York, onde morei até Dezembro de 1985.
O contato com o Jay, ouvir suas histórias do mundo da publicidade, suas campanhas para a Apple, Porsche e Energyzer, frequentar sua casa na 34th Street, e conviver com seus amigos foi para mim uma experiência única, insubstituível. Através dele conheci o estúdio do arquiteto Frank O. Gehry, jantei com o ator Dennis Hopper, manuseei várias caixas do artista Joseph Cornell e guiei seu Porsche um dia inteiro em Los Angeles, além de passar duas temporadas seguidas na Côte D’Azur. Com ele aprendi também sobre o lado positivo do “American Way Of Life”, o empreendedorismo e a objetividade, a valorização do trabalho e de fazer as coisas direito, da criatividade e da inteligência.

As mortes de Jay Chiat em 2002 aos 70 anos de idade, vítima de câncer da próstata, e de Steve Jobs, aos 56, vítima de câncer do pâncreas, marcam para mim o fim de um ciclo, dois homens geniais que souberam como ninguém falar de modernidade, eficiência, beleza e inteligência, com muito humor e generosidade. O Jay eu conheci de perto, o Steve e seu legado fazem parte da minha vida…

é isso, por fernando stickel [ 15:43 ]

faleceu dennis hopper

hopper
Foto: Reuters

Morre aos 74 anos o ator e diretor Dennis Hopper, de “Easy Rider”

Em 1989 fiz um programa interessante com os meus filhos Fernanda e Antonio, na época com 12 e 10 anos de idade.
Começamos com uma semana de esqui na neve em Vail, Colorado, em seguida levei-os à Disney de Los Angeles, e ficamos em um hotel ali perto em Anaheim.
Lá pelas tantas me ligou o meu falecido amigo Jay Chiat (1931-2002) e disse:
– Fernando, come up here, I reserved a room for you in Marina del Rey, it’s closer and we could get together. (as distâncias em LA são imensas)

Mudamo-nos de mala e cuia, guiei os cerca de 60km que separavam os bairros, e na mesma noite o Jay me convidou para jantar no Rebecca’s em Venice, frizando que o restaurante era um projeto novo do Frank Gehry, amigo dele e cujo escritório visitei em 1985.
Agitei um programa para os meus filhos jantarem no quarto, o Jay me pegou no hotel em um Porsche 928 preto, naquela época sua agência de publicidade, a Chiat-Day tinha a conta da Porsche.
Chegamos ao Rebecca’s Restaurant em Venice, 2025 Pacific Avenue, e quase caí de costas. O bar na entrada era inteiro de alabastro (ou onyx), e reluzia na atmosfera sensual, no teto um enorme crocodilo feito de placas de metal, o restaurante era a coisa mais interessante e ousada que eu jamais havia visto.
Pouco a pouco os outros convidados foram chegando, o Jay ia me apresentando, entre eles Dennis Hopper (1936-2010). Lembro-me do Jay conversando com ele sobre um warehouse que eles iriam comprar, algo assim.
E eu estava sentado ali do lado dele, tive o privilégio de jantar com um dos monstros sagrados do cinema. Quis a fatalidade que ambos falecessem de cancer da próstata, ainda jovens, com setenta e poucos anos.

é isso, por fernando stickel [ 18:19 ]

biennale di venezia

biennale1
Em 1985 meu amigo Jay Chiat (1931-2002) me convidou a passar uma temporada em Cap d’Antibes, em Junho.
Em 1986 ele repetiu o convite, e eu prontamente aceitei, ao terminar a novamente gloriosa temporada na Villa Dorane, tomei o trem para ir à Bienal de Veneza. No meio do caminho parei em Genova e liguei para a minha mãe do orelhão só para saber se estava tudo bem com a família.
Ela atendeu o telefone já suspirando, o diálogo foi mais ou menos assim:

-Oi Mãe, tudo bem?
-Ah… Fernando…….
-Que foi? Aconteceu alguma coisa??!!
-Ah…. Fernando…. o Antonio………
-Fala Mãe!!!! Fala logo, o que aconteceu?!!!!!!!
-Ele levou um tiro.
-Aonde??
-Na mão.
-Que mão?
-Direita.
-Como? Ele está bem??!!
-Foi um assalto, mas agora já está tudo bem.
-Tô voltando.

Depois de dois ou três dias, passando por uma conexão em NYC, cheguei ao aeroporto em São Paulo e o Antonio meu filho, com 7 anos de idade estava lá me esperando com o gesso no braço direito.
Aconteceu um assalto ao posto de gasolina da esquina da R. João Cachoeira x R. Dr. Alceu de Campos Rodrigues, no Itaim, o Antonio estava no banco de trás da Variant da mãe, voltando da escola com o motorista, e uma bala perdida entrou pelo vidro traseiro do carro e pegou no antebraço dele, fraturando o osso.
Por sorte o motorista teve presença de espírito, e assim que percebeu o que havia ocorrido, foi ao Hospital São Luís, que fica ali do lado e o Antonio foi prontamente atendido, sem maiores consequências.
Passado o susto o Antonio perguntou se eu não havia ficado chateado de não ir para a Bienal, conforme o planejado, e eu disse que de jeito nenhum, que nem pensava mais nisso, e que o importante era ele estar bem.

Com isso, a vontade de ver La Biennale di Venezia ficou adiada até agora, pois mais uma vez o Credit Suisse me faz um convite IRRECUSÁVEL, para visitar com eles a Bienal, nos feriados da semana que vem.
É óbvio que aceitei, Sandra e eu lá estaremos, não preciso mais adiar meu sonho…

é isso, por fernando stickel [ 11:23 ]

pink cadillac

rabo1
Um dos carros da coleção Og Pozzoli é este lindo Cadillac 1959, com o maior rabo-de-peixe que jamais se fez!

pink

Dentro do carro havia esta miniatura, que me lembrou a história a seguir:

Eu visitava Los Angeles em 1985, hóspede do meu falecido amigo Jay Chiat no seu apartamento do bairro Venice, e certo dia ele e seus amigos Keith Bright e Bob Runyan fizeram um almoço e me apresentaram uma linda moça de origem árabe chamada Riaya.
Convidei a Riaya para jantar, o Keith ouviu nossa conversa e disse:
-Fernando, take my car, you will love it!
Bom, acreditem, o carro era o sonho californiano em pessoa, a “quintessence”, nada mais nada menos que um Pink Cadillac 1959 conversível!

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Rodando à noite com a capota aberta, Venice parecia o Guarujá da minha infância, muitas ruas escuras, alguns lugares desertos, enfim, jantamos, e saimos novamente no carrão.
Parei em um farol vermelho, tudo deserto, e virei à direita. Aí, tal qual nos filmes, apareceu do nada o carro da polícia, me mandou parar, perguntou se eu não tinha visto o sinal vermelho, pediu documentos e finalmente perguntou:
-Have you been drinking?
Eu respondi:
-Well, I had dinner…
O policial me fez umas advertências, eu me comportei dizendo -Yes officer, shure, officer, e assim por diante, até que depois de um tempo de o policial me devolveu os documentos e me liberou, e nós seguimos o passeio na maravilhosa banheira.
Ufa!…

é isso, por fernando stickel [ 21:28 ]

millimeter


Convidados pelo meu amigo Jay Chiat, minha ex-mulher Jade e eu passamos dois meses morando em New York, em Fevereiro 1991.
Entre outras atividades fizemos o curso “Finishing Touches” com Bob Hoven, na Parsons School of Design.
Ao final da estadia em NYC, já muito à vontade com tintas e materiais de pintura preparei o “set” para a foto da capa da revista Millimeter, fotografada pela Donatella Brun, esposa do Jay na época.
Ela me pagou U$ 600 pelo trabalho, que me tomou um dia inteiro, entre desenhar, planejar, fazer a lista de materiais, comprá-los e carregar tudo no ônibus, (não sei nem como consegui…) pintar, aplicar uma segunda mão de tinta, esperar secar e pendurar os painéis coloridos no estúdio.
A foto, não sei, mas os meus painéis inspirados em Ellsworth Kelly ficaram duca!

é isso, por fernando stickel [ 11:39 ]